História do Escapulário

ORIGEM DA ORDEM DO CARMO

 

Nascida nas Elevações de uma bela montanha nos tempos bíblicos (Monte Carmelo), a Ordem do Carmo tem como fundador o profeta Elias, que em tempos de seca, rezou e confiou em Deus. Obediente à vontade divina Elias subiu ao topo do Monte Carmelo, levando consigo seu ajudante, pedindo-lhe que olhasse para o mar, pois ele esperava um sinal de Deus, por seis vezes o ajudante olhou e não viu nada, Elias insistiu para que o moço voltasse ao alto da montanha e observasse o horizonte. Na sétimas vez ao lançar os olhos alegrou e disse: “Uma nuvenzinha, do tamanho da mão de uma pessoa, vem subindo do Mar” (IRs 18, 41-44). Erguendo-se do chão, profundamente agradecido ao Senhor, mandou que  avisassem o Rei.

Segundo a tradição, naquela pequena nuvem que se erguia no horizonte, trazendo para o solo árido a promessa de fecundidade e vida renovada, o profeta Elias  teria visto uma prefiguração de Nossa Senhora. Ela, escolhida por Deus para ser a Mãe do Redentor, trouxe em seu seio imaculado a própria fonte de vida e de graça, que salvaria a humanidade ressequida pelo pecado. Ao ter essa antevisão da Mãe do Filho de Deus, Elias tornou-se um dos primeiros devotos de Nossa Senhora.

O Monte Carmelo, situado ao norte de Israel, com vista para o Mar mediterrâneo, esteve sempre envolto pela ideia de beleza e fecundidade. O nome Carmelo significa “Vinha” ou “Jardim do Senhor”, e algumas das mais poéticas passagens bíblicas que evocam são aplicadas a formosura de Maria Santíssima (Isaias 35,2)

Ainda segundo a tradição, a origem da Ordem do Carmo deu-se por alguns discípulos de Elias que teriam construído, no alto do Monte Carmelo, uma comunidade com o objetivo declarado de prestar homenagens à futura Mãe do Salvador. 

No início do Século XIII, alguns eremitas junto com a chamada “Fonte de Elias” ergueram um pequeno mosteiro, onde passaram a viver sua existência voltada para o louvor à Virgem Maria e a observância dos ensinamentos evangélicos. A fim de melhor trilharem os caminhos da perfeição solicitam ao Patriarca latino de Jerusalém, Santo Alberto, uma regra de Vida.

A partir de então, passaram a ser conhecidos como os “Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”, nome que a Igreja acabaria ratificando tempos depois

A Providência Divina tinha maiores desígnios sobre aquele grupo de religiosos e por isso se expandiram sobre toda a Europa.

 


 

SÃO SIMÃO STOCK

 

Nossa Senhora tem uma intima aliança com seus filhos carmelitas, e foi manifestado de modo marcante em solo europeu.

São Simão Stock, por mais de vinte anos viveu uma vida solitária e austera no condado inglês de Kent, tendo por residência o tronco oco de uma arvore. Esta alma de rara e comprovada virtude, nasceu em 1165, seus pais se aliavam a nobreza. Assim que veio ao mundo foi consagrado por sua mãe a Nossa Senhora, e desde cedo manifestava inteligência, piedade e muita devoção a Virgem Santíssima. Aos sete anos já cursava Belas Artes n Colégio de Oxford, onde recebeu a primeira comunhão e também dedicou sua virgindade a Mãe de Deus.

Aos doze anos, seguindo as inspirações da graça divina, abandonou o mundo e se refugiou numa floresta, onde passou longos anos em oração e ascese, tendo como abrigo apenas a cavidade de um tronco. Passadas duas décadas, Simão Stock soube em oração que Nossa Senhora lhe reservava maiores feitos a serviço dela. Saiu da solidão e atendendo  a voz da graça, estudou teologia e recebeu as ordens sagradas. Dedicou-se a pregação da palavra divina, á espera do que lhe havia revelado em suas preces: a chegada de alguns monges vindos do Monte Carmelo.

Finalmente em 1213, aos 48 anos de idade, foi admitido como noviço, e anos mais tarde foi nomeado como coadjutor geral de todas as províncias carmelitanas espalhadas pela Europa. Em 1245, aos 80 anos, o antigo eremita que vivera num tronco oco de arvora foi eleito Superior Geral da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.

 


 

NOSSA SENHORA DO CARMO NOS TRAZ O ESCAPULÁRIO

 

A ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio IV, e com isso veio um novo período de tormenta e perseguições. Na Manhã do dia 16 de julho de 1251, ajoelhado em seu humilde quarto de monge, o superior carmelita rezou com redobrada confiança á sua Patrona, e lhe dirigiu essa prece composta por ele mesmo:

“Flos Carmeli, vitis florigera, splendor Coeli, virgo puerpera, singularis. Mater mitis sed, viri nescia, Carmelitis esto propitia, Stella Maris.”

Flor do Carmelo, vinha florida, esplendor do Céu, Virgem fecunda, és singular! Doce e bendita, ó Mãe puríssima, aos carmelitas, sê tu propícia, ó Estrela do Mar.”

Ao finalizar a oração, com os olhos em lagrimas, é surpreendido por uma intensa luminosidade que invade seu quarto. Em meio a luz, aparece-lhe rodeada de anjos, a Virgem Maria, trazendo em suas mãos Imaculadas um escapulário. Estendendo-o a Simão, repleta de bondade e ternura maternais, Nossa Senhora lhe disse:

“Filho diletíssimo, recebe o escapulário da tua Ordem, sinal especial da minha amizade e do privilégio que obtive para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal e salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre.”

Ao receber em suas mãos o escapulário, Simão percebeu que havia ganho muito mais do que podia almejar. A própria Mãe de Deus lhe trazia uma prova visível da aliança eterna entre Ela e a Ordem do Carmo, além de prometer a salvação da alma de quem usasse com devoção e piedade. Com muita alegria, relatou a seus frades o que havia acontecido e lhes explicou o significado do que acabavam de receber das mãos de Maria.

O Escapulário foi acrescentado ao hábito carmelita, e passou a ser usado por todos os membros da Ordem. As graças e milagres foram tais que fizeram calar os adversários e assim ninguém mais ameaçou sua expansão pelo mundo.

Durante 15 anos, o idoso Simão dirigiu a expansão de sua Ordem pelo mundo, e quando já centenário, tendo cumprido sua missão neste mundo, revestido da armadura espiritual que de Maria recebeu, entregou a Deus sua alma santa. Era o dia 16 de maio de 1265.

 


 

O PRIVILÉGIO SABATINO

 

Segundo a tradição, quase 70 anos depois de entregar o Escapulário a São Simão Stock, Nossa Senhora apareceu ao Cardeal Jaques d’Euse, muito devoto dela, durante o conclave que o elegeria o sucessor do Papa Clemente V. A Virgem revelou-lhe que ele seria o novo Pontífice, com o nome de João XXII, e acrescentou:

“Quero que anuncie aos carmelitas e seus confrades: os que usarem o escapulário, guardarem a castidade conforme seu estado, e rezarem o oficiam divino (ou, os que não saibam ler, se abstenham de comer carnes nas 4°s feitas e nos sábados), se forem ao purgatório, eu farei que o quanto antes, especialmente no sábado seguinte à sua morte, tenham suas almas levadas para o Céu.” O Papa João XXII deu a conhecer essa promessa em sua Bula Sabatina, publicada em 1322 e posteriormente confirmada por outros pontífices.

 


 

ESCAPULARIO

 

Vem do latim scapula que significa “ombro”  e originalmente era uma veste sobreposta que caia dos ombros, usada pelos monges no trabalho. E também reconhecida como símbolo de dedicação especial á Virgem Maria, buscando imitar sua entrega a Cristo e ao próximo, Ela nos presenteou.

Ele é um pequeno Habito Carmelita que simboliza o servir, pode ser usada por todos os leigos como sinal de sua consagração a Maria e se costuma usa sob a roupa. É reconhecido pela igreja como sacramental (um sinal que ajuda a viver santamente e a aumentar nossa devoção.)

 


 

A imposição o torna membro da Família Carmelita.

 

“Ao recebê-lo, vós exprimis o desejo de participar no espírito e na vida da Ordem [...] Pela benção e imposição deste Escapulário vós fostes admitido na família carmelita”

“Tem a faculdade  de benzer o Escapulário os sacerdotes e os diáconos; além disso, outras pessoas autorizadas podem também fazer a imposição” (Rito de Benção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo)

 


 

OBSERVAÇÕES

 

1. Quando se abençoa o primeiro escapulário, o devoto não precisa pedir a benção para escapulários posteriores.

2. Os já gastos se foram abençoados, não devem ser jogados no lixo, mas podem ser queimados, enterrados como sinal de respeito.

3. Mesmo quando a pessoa dorme, não deve ser retirado.

4. Para os doentes, em estados extremos, se for retirado, não perdem os benefícios da promessa de Nossa Senhora.

5. Em caso de perigo de morte, um leigo pode impor um escapulário bento por um sacerdote, pronunciando uma oração a Nossa Senhora.

6. O escapulário não leva para o Céu nenhuma alma em pecado mortal, mas a ajudará a se converter e receber os Sacramentos da Penitencia antes de partir deste mundo.

 


 

COMPROMISSO

  • Usar de dia e de noite.
  • Vida de Oração.
  • Frequência aos Sacramentos.
  • Praticar a Caridade.
  • Praticar uma obra piedosa determinada pelo sacerdote que impôs o escapulário. (geralmente são 3 Ave-Marias)
  •  

 

Festa liturgica dia 16 de Julho

 


 

FÓRMULA DE IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO

 

Recebe este Escapulário, sinal de uma relação especial com Maria, Mãe de Jesus, que te comprometes a imitar. Este escapulário te recorde tua dignidade de cristão, tua entrega ao serviço do próximo e a imitação de Maria.

Leva-o como sinal de sua proteção e como sinal de tua pertença a Família do Carmelo. Esteja disposto a cumpri a vontade de Deus e a comprometer-te no trabalho pela construção de um mundo que responda ao plano de fraternidade, justiça e paz.

 

 


 

Marianas Gumiero da Rocha 

22/10/2018

 


 

 

Fontes Consultadas: 

* Rito de Benção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo - www.salvemaliturgia.com

* Christo Nihil Praeponere - https://padrepauloricardo.org/

* Ordem do Carmo em Portugual - http://www.ordem-do-carmo.pt

* Livro da Novena de Nossa Senhora do Carmo / Carmelo de Campo Mourão - PR 

 

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